Çağlayan Başyazı: Kendileriyle Yüzleşmede Hâle İle Hallenenler-5

Os Herdeiros da Terra

O mundo flutua enquanto gira em sua verdadeira órbita..., porém, estarão os legítimos “herdeiros da Terra” preparados para retomar e restaurar a herança que lhes foi tomada das mãos? Os direitos iniciais foram concedidos como uma dádiva e como tal são diferentes dos direitos adquiridos pelo esforço e pela ação. Direitos que não foram dispensados pelo devido mérito, mesmo que concedidos a um grupo específico, núcleo ou nação, podem sempre ser removidos; podem, inclusive, continuar a mudar de mãos entre aqueles cuja porção de merecimento é maior que a de outros, até que surjamaqueles genuinamente merecedores.

Nos salmos já escrevemos (Torá): “A terra será herdada por Meus Servos virtuosos”. (An-Anbiyá 21:105)

Sem dúvida, a promessa garantida nesse versículo com um juramento será cumprida um dia. E, sem dúvida, a herança não será apenas a Terra. Pois, herdar a Terra também significa governar e gerenciar os recursos do céu e do espaço. Esse será um “domínio” quase universal. Dado que esse domínio será imputado a um regente ou representante em nome do Senhor, é muito importante, na verdade essencial, adaptar-se aos atributos apropriados para herdar a Terra e os céus. De fato, somente quando os atributos necessários forem realizados e praticados, o sonho tornar-se-á realidade.

Em momentos conturbados da história, aqueles que clamaram ser os herdeiros, mas falharam em cumprir os deveres derivados dessa herança celestial, foram privados desse direito pelo verdadeiro Senhor do domínio e só serão salvos dessa privação quando se arrependerem e buscarem refúgio na submissão a Ele.

Deus não prometeu essa herança a um clã, tribo, nação ou raça específica. A herança é para aqueles dentre Seus servos que são virtuosos em pensamento e religião: aqueles que têm um espírito Muhammadi e a moralidade corânica; alimentam e mantêm a ideia de comunidade, concordância, união e solidariedade; estão atentos à época em que vivem; estão bem equipados com ciência e conhecimento; sempre mantêm e observam o equilíbrio entre este mundo e o próximo. Em suma, a herança é para os heróis de espírito, visão e realidade espiritual que desejam alcançar a mesma órbita que os Companheiros do Mensageiro de Deus, as estrelas que ornamentam os céus da vida profética. E essa herança está no sunnatullah, a senda de Deus, Sua abordagem.

De acordo com o versículo “O caminho de Deus nunca muda. O caminho de Deus nunca se desvia” (Al-Fátir 35:43), essa é uma lei da natureza, ou seja, uma lei da criação conforme ordenada pelo Criador, e é imutável.

É por isso que tornar-se herdeiro da Terra depende, antes de mais nada, do esforço para viver a religião de acordo com o Alcorão e a Sunna. Segundo, significa empenhar-se em fazer da religião a alma da vida. Terceiro, depende de sermos herdeiros merecedores da ciência e do conhecimento modernos. Nunca se deve esquecer que a punição cai inevitavelmente sobre aqueles que não aceitam as leis naturais que operam o universo (as manifestações da Vontade de Deus no universo) e as leis divinas (conforme manifestas nas divinas escrituras, derivadas do atributo de Deus Kalam – falar à humanidade) reveladas nas Escrituras. Esse castigo também recai sobre aqueles que sofreram mudanças negativas em sua vida espiritual, mesmo que eles desfrutem temporariamente de certo domínio sobre os outros. A história, cemitério das nações que definharam e foram extintas por essa razão, atesta esse fato. Deus nunca remove os favores que concedeu a uma sociedade ou nação e nunca as faz mudar, a menos que elas mesmas implementem mudanças no seu modo de vida, mundo espiritual ou que deformem a si mesmas, sua alma e essência. O versículo citado acima é o seguinte: “Deus não muda o destino de um povo até que o povo mude o que tem na alma” (Ar-Rád 13:11),que concernem questões como governar e ser governado, honra e humildade, lembram-nos um princípio geral importante e também ressaltam as falhas específicas dos muçulmanos contemporâneos.

Podemos resumir essa falha como a deformação sofrida tanto na estrutura interna (coração e alma) quanto na estrutura externa (o atraso na ciência contemporânea). Não faz muita diferença se isso é resultado dos obstáculos e impedimentos impostos pelo mundo exterior nos últimos duzentos anos, ou por causa de sua própria ignorância, fraqueza, inabilidades e deficiências. Uma coisa é certa, a comunidade islâmica sangra por causa de sua indiferença e desinteresse pelas fontes de poder que a mantiveram firme por eras e que a fizeram legítima “herdeira da Terra”.

Podemos dizer que aqueles que clamam representar o Islam em nome da comunidade muçulmana em tempos tão difíceis têm a vida profunda de coração e alma que os primeiros muçulmanos tinham? Podemos dizer que muçulmanos deixam de lado e esquecem os próprios desejos de viver e, ao invés disso, têm o desejo e determinação espiritual para fazer com que os outros vivam? Quantas pessoas podemos apontar que vivem suas vidas cientes de se o que estão fazendo levará ao bem, à altivez, a um benefício valioso ou se levará à destruição? Quantas pessoas sinceras podemos apontar que preferem morrer de maneira honrada em vez de viver em desprezo? Quantas almas iluminadas podemos mostrar que nunca sucumbiram às pressões dos obstáculos e inimigos enfrentados e continuam a viver sem mudar de senda ou direção?

Durante tais períodos difíceis, a fraqueza da administração e dos administradores, literalmente, parte o coração. Apesar de o Alcorão proibir que muçulmanos vivam sob o governo de tiranos, infelizmente, fomos incapazes de nos salvar disso. Infelizmente, não podemos negar que sofremos grande miséria e humilhação por causa de opressores que nos subjugam há muitos anos sob seu domínio.

A verdade é que cometemos um dos mais imperdoáveis erros da história: ao fazer com que nosso mundo fosse apenas materialmente próspero, sacrificamos nossa religião e adotamos um sistema de pensamento que fez o mundo preferível à religião. Em seguida, debatemo-nos em “uma teia de impossibilidades e absurdos”. Consequentemente, não apenas perdemos nossa religião, mas falhamos em ganhar o mundo. Essa nação gloriosa, porém,desafortunada,sofreu um período de esvaziamento. Sua história abençoada e herança milenar foram rejeitadas. Origens novas e artificiais foram impostas às pessoas. Um grande Estado foi redesenhado com base em princípios inflados, sem valor duradouro. A história, as associações comunitárias e culturais, a ancestralidade, a cultura e a herança nacional foram desprezadas, insultadas e escarnecidas. Refugiamo-nos com aqueles que, por milênios, se opuseram ao nosso sistema de pensamento e com as ideias estrangeiras deles. Tais ideias foram, portanto, importadas para o nosso país junto com ideias profanas e expressões medonhas. Aqueles que conseguiram proferir e exaltar tais ideias, em prosa e poesia, foram banhados em distinções e prêmios. Em um mundo repleto de injustiçados, maltratados, condenados e oprimidos, foi-se tão longe quanto o comunismo na tentativa de alcançar prosperidade no âmbito do sentimento, filosofia e moralidade.

Ainda me lembro de quando ideologias como socialismo e comunismo estavam no auge. Havia cerca de uma dúzia de incompetentes, desabilitados pela descrença, que duvidavam até de si mesmos e sempre precisavam se esconder por trás de figuras públicas, dogmas e ideologias para atacar a religião e assaltar as coisas sagradas de maneira bruta e vulgar. Agora, experimentamos o mesmo tipo de campanha terrível e infame feita pelos mesmos indivíduos, pela mesma gangue. Baseados e apoiados pelas mesmas ideologias ilegítimas, eles vomitam seu ódio, malícia e rancor e fazem de tudo, exceto declarar guerra, para silenciar as pessoas religiosas, devotas e a vida religiosa. O laureado poeta turco M. Akif Ersoy (1873-1936), compositor do Hino Nacional Turco, tratou de tais problemas em sua obra Safahat (Etapas). Com profunda amargura e ansiedade mental, ele expressou de forma impressionante o período obscuro no qual muçulmanos e o Islam foram postos sob vigilância, caçados, perseguidos e processados e quando o amor, o entusiasmo e o apego à religião foram envergonhados, extintos e exterminados.

Contudo, devo ressaltar que esta nobre nação, compelida a sofrer opressões blasfemas e arbitrárias por anos, nunca foi completamente subjugada e a aspiração pela vida eterna nunca foi extinta. Esses pensamentos são, ao mesmo tempo, brasa vermelha e quente, fagulha que estala com vida quando revirada e fonte de luz capaz de iluminar os mundos; eles foram, até agora, tão compactados com a força centrípeta do cuidado, circunspecção, previdência e compostura que foram reduzidos a uma semente e, assim, conseguiram sobreviver aos dias mais calamitosos do século e esperam prontos para iluminar completamente o mundo quando chegar a hora.

Deveríamos aceitar o longo período de desolação da mesma forma que aceitamos as dificuldades enfrentadas e o esforço exercido. Entendendo o Islam, que é, em sua essência, fonte suficiente de poder para nossa renovação material e espiritual, e unindo-nos a servos virtuosos  – pessoas cujas emoções, ideias, percepções, consciência e vontade são constantes e fortes, pessoas corretas e firmes na ideia de viver e comunicar a Palavra de Deus[i]; sistemáticas na aquisição de conhecimento; confiáveis em seu trabalho e atitudes e que conseguem harmonizar coração e mente  –, provemos mais uma vez que somos os herdeiros da Terra.

Se Deus nos permitir Sua orientação e êxito, gostaríamos de continuar nossa jornada rumo àquele caminho perdido.

 


[i]I’la al-kalimatullah: Conhecer a grandeza e valor da palavra de Deus e das verdades islâmicas. Espalhar a palavra e o nome d’Ele e ensiná-los aos outros.

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